quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Força, miúda, não te vás abaixo agora

Já passaram alguns dias desde que deixei a TPH. As coisas não estão propriamente fáceis. As notícias no Jornal da Noite são cada vez piores, as ofertas não são muitas e as coisas cá em casa também não estão fáceis. Tudo é um drama, tudo é um stress para a minha mãe. Não me parece que vá aguentar isto muito tempo. Mas hoje acordo com o esforço extra de não me tentar afectar por isto e pôr os meus olhos acima disto tudo. Não me posso deixar ir abaixo. Já tive momentos em que chorei longe de todos, passa muitas vezes na cabeça "o que vai ser de mim/nós agora", passa desespero de vez em quando, não vou mentir, mas eu tenho de virar a página e     ver o que não se consegue ver ainda. 
Vamos lá a isto. Vamos tentar?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quando cair a ficha não vai ser bonito...

A minha parte emocional ainda não acredita no que está acontecer. Para mim, os colegas que hoje saíram definitivamente da TPH vão de férias. 
"Emocionalmente ainda não acredito. Tu para mim vais de férias outra vez, Margarida.", disse eu. 
Este estado de negação não é bom. Eu sei que quanto mais me nego sentir o que tenho a sentir, maior vai ser a queda no dia em que me cair a ficha. 
Hoje à noite já começaram a vir ao de cima alguns sentimentos que estavam lá em baixo bem tapadinhos, talvez  manifestados por hoje me ter despedido da pessoa que entrou no mesmo dia que eu no AP e com quem partilhei tantas preocupações e desabafos normais do trabalho. A ficha começa a desligar-se da tomada. Começa a estar na hora de dizer adeus.
Mesmo assim, o grande cair da ficha, quando me cair a realidade em frente do nariz, ainda não aconteceu e aí meus amigos, vai doer.

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais 15 dias...

Mais 15 dias e acabou-se. Um último esticão. And yet acho que ainda não me caiu a ficha de que vai mesmo acabar. Que vou deixar de ver aquelas mesmas pessoas diariamente, que já não vou ter aquela rotina diária de entrar, dizer bom dia ao segurança de serviço, ir à copa pôr o almoço no frigorífico ao mesmo tempo que tiro um garoto da máquina de café (e dizer bom dia aos que já lá estão a/para fumegar), carregar no botão do elevador, esperar que ele venha (e ultimamente desejar que ele não traga aromas do oriente), chegar ao 5ºandar, dizer bom dia aos colegas já sentados ao computador, ir dizendo bom dia aos que vão chegando, ir à pausa da manhã aquela hora, etc. Mais 15 dias e já não vou percorrer aquele caminho, subir aquela rua para entrar naquela porta. Neste momento, a minha cabeça já aceitou o final da situação, mas a parte emocional, essa, sei que só Segunda-feira, dia 17 de Outubro, quando já não tiver de repetir a minha rotina diária para entrar por aquelas portas e ir buscar o meu garoto e subir ao 5ºandar e ... aí, só aí, vai-me cair a ficha. Até lá procuro preparar-me psicologicamente para os dias da despedida e, se possível, aproveitar cada momento com as caras que tanto me habituei a ver diariamente nestes últimos quase 3 anos de vida.